sábado, 28 de setembro de 2013

Para sempre – Kim e Krickitt Carpenter

Olá pessoal!!!! 

Quem é vivo sempre aparece e, como não parti desta para melhor, aqui estou eu!
Sei que o próximo livro a ser comentado deveria ser o último volume da Saga dos Tigres, mas faz tanto tempo que o li que achei melhor relê-lo antes de escrever sobre ele. Enquanto isso não acontece, falarei sobre os livros que estão mais fresquinhos na minha memória, começando por “Para sempre” de Kim e Krickitt Carpenter.

O livro conta a história real de Kim e Krickitt Carpenter que tiveram que reaprender a amar depois de um grave acidente de carro apagar toda e qualquer memória de Krickitt referentes ao marido Kim.

Minhas considerações: 

Capa – não tem o que discutir. É o Channing Tatum na capa. :P

Opinião geral - Não gostei muito do livro. Pela primeira vez na história da minha singela vida eu preferi um filme a um livro. A única semelhança entre os dois, na verdade, se resume a perda de memória da esposa...

História – É baseada na vida dos autores, então não tenho muito que opinar. Achei muito válido o casal querer mostrar ao mundo como o amor, a coragem, a força e a perseverança podem superar os obstáculos. Imagine seu marido/esposa/namorado/namorada, de um dia para outro, te ver como um completo estranho... Imagine perder a própria história! Eles superaram isso, enquanto muitos casais por aí se separam por um controle remoto.

Personagens – Chatos. Fiquei um pouco entediada. Imaginei o Kim como um mauricinho de um filme americano dos anos 80, com o cabelo penteado de lado, uma blusa de botão listrada azul e dentes branquíssimos. Imaginei a Krickitt como a versão feminina chata do marido. Na verdade, achei que ela ficou bem mais interessante depois que perdeu a memória. Ou talvez eu só tenha ficado decepcionada porque eles são completamente diferentes de suas versões cinematográficas.

Narrativa – Não gostei muito. Não fiquei presa no livro em nenhum momento, e eu odeio quando isso acontece (ou não acontece, na verdade.. rs). Acho que o grande problema do narrador foi a repetição exagerada de seus sentimentos. Ele passou muito tempo descrevendo minuciosamente (e várias vezes) o que estava sentindo e pouco tempo na história em si, provavelmente pra dar uma enrolada e o livro ficar mais grosso.. hehehe. Pra vocês terem uma ideia, ele deve ter falado umas cinco vezes que a mulher se comportava como uma criança mimada depois do acidente.

Indicaria para alguém? – Sim. Como um livro de auto-ajuda e não de romance. Acho válido para um casal que estiver enfrentando problemas conjugais.

"O terapeuta parou por alguns instantes antes de continuar. – Krickitt, quem é seu marido?Krickitt me olhou com os olhos vazios, sem qualquer expressão. Ela voltou a olhar para o terapeuta, mas não lhe respondeu.- Krickitt, quem é seu marido?Krickitt olhou para mim novamente, e voltou a olhar para o terapeuta. Eu tinha certeza de que todos podiam ouvir meu coração batendo enquanto eu esperava, em meio ao silêncio e ao desespero pela resposta da minha esposa.- Não sou casada.“Não! Meu Deus! Por favor!”"

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Série Os Heróis do Olimpo: O Herói Perdido


Vou começar dizendo que, como fã de Percy Jackson, foi uma delícia voltar ao acampamento meio-sangue e rever Annabeth, Clarice, Rachel, Quíron, dentre outros dos personagens tão queridos de Rick Riordan (estava com saudades até mesmo dos monstros!). Só por isso o livro já valeu para fazer a minha felicidade! rs. Bem, pra quem esperava uma continuação de Percy Jackson, ficará desapontado, pois o livro conta novas histórias, com novos personagens principais e novas profecias e tarefas. Desta vez, Jason Grace (filho de Júpiter - Zeus), Piper Mclean (filha de Afrodite) e Leo Valdez (filho de Hefesto) são os escolhidos para ficar a frente da história. Jason, após aparecer misteriosamente, e com amnésia, na escola onde Piper e Leo estudam é levado junto com seus novos amigos ao acampamento meio sangue. Lá, eles descobrem que Hera, a rainha do Olimpo, fora sequestrada por um força grande e misteriosa, e são enviados em missão para resgatá-la até o solstício de inverno. Como é de se imaginar, até que o resgate seja efetivamente realizado, Jason e seus amigos passam por poucas e boas. Primeiro, procuram um deus temperamental: Bóreas, o Vento Norte; depois, despencam pelo céu e quase são devorados por ciclopes famintos; então ficam presos na loja de departamentos da Medeia maluca; novamente despencam pelo céu e caem na casa do rei Midas, onde quase viram estátuas de ouro; são perseguidos por lobos; Éolo, o senhor dos ventos, tenta matá-los; lutam com um gigante para salvar o pai de Piper; pilotam um helicóptero; e, finalmente, libertam Hera após serem rodeados de monstros. Antes de dar a minha opinião sobre o livro, vamos conhecer os personagens:

Jason, filho de Zeus (sim, aquele mesmo deus que fez um pacto prometendo não mais ter filhos com mortais, e que já havia quebrado isso gerando Thalia. Tsk, tsk, que coisa feia...) é um menino forte e confuso, que tem sua memória roubada pela rainha Hera. Ele aparece no ônibus escolar de Piper e Leo, que, por causa da Névoa, compartilham lembranças do herói que nunca existiram. Dentre elas, está a recordação de que Jason e Piper eram namorados, ou será que não?
O semi-deus possui uma tatuagem romana e, ao contrário dos outros heróis, se refere aos deuses através de seus nomes romanos. Jason possui a habilidade de controlar o vento, conseguindo voar, e é extremamente hábil em batalha, mesmo que não se lembre do porquê. Mesmo sem saber, de início, se pode confiar em Piper e Leo, a amizade entre eles cresce cada dia mais, e os sentimentos do herói em relação a sua "namorada emprestada" também aumenta no decorrer do livro. Os mistérios em relação a sua vida são revelados aos poucos, trazendo à tona segredos há muito guardados.

Piper, filha de Afrodite, contradiz tudo o que se espera de uma filha da deusa do amor e da beleza. Mais preocupada com a natureza de uma pessoa, do que das característica que envolvem seu exterior, ela promete ser mais que um rostinho bonito. Guerreira, forte, determinada e romântica, Piper vê seu mundo virar de cabeça pra baixo quando descobre que seu namorado nunca havia se quer a conhecido: todas as recordações que tinha de Jason haviam sido geradas pela Névoa. Entretanto, Piper não sabe como agir em relação ao amor decorrente de suas lembranças, já que ele parece bem real e sólido em suas emoções.
O maior desafio de Piper, contudo, é a decisão de trair seus amigos ou salvar Hera. Isso porque seu pai fora sequestrado pelo gigante Encélado, um dos filhos de Gaia, e ela só poderia tê-lo de volta se entregasse seus amigos ao inimigo.


Leo é filho de Hefesto e passa o livro tentando mostrar que não é coadjuvante nessa história. Possui um cinto de ferramentas mágico, que pode gerar muitas coisas úteis, e uma habilidade incrível de consertar praticamente qualquer coisa que aparecer em sua frente. Leo teve uma infância conturbada e confusa devido ao seu poder de gerar fogo e às constantes visitas de Hera sob a pele de tía Callida. Sua mãe fora morta em circunstâncias estranhas, e Leo passou a se culpar pelo ocorrido. Desde então, o menino nunca mais utilizou sua habilidade de gerar fogo, até que inúmeras situações em sua missão o fizeram rever esta decisão. Ele é um personagem chave para o sucesso da missão e libertação de Hera.

 Festus é um dragão mecânico que encontrava-se fora de controle desde a morte de Beckendorf, nos livros de Percy Jackson. Ele é consertado por Leo, que cria um vínculo de respeito e amizade pela "máquina". Festus carrega os três amigos em seu dorso em boa parte da missão, levando-os pelo céu até onde precisarem chegar. Ainda com alguns problemas mecânicos, esse personagem vira o mascote da história e, tenho certeza, terá grande participação nos outros livros da série (mesmo que não possamos enxergá-la em determinado momento).


O treinador Hedge é o sátiro responsável por proteger Piper e Leo na escola onde estudam. Depois da chegada de Jason, o grupo depara-se com espíritos da tempestade, e o treinador acaba sendo levado. Após ser resgatado pelos meninos no decorrer da história, Hedge os acompanha e os ajuda a terminar a missão.
Bem, agora a minha opinião sobre o livro: ele é bem escrito, assim como os livros do Percy Jackson, porém, prefiro a história contada por um narrador personagem. Outra coisa que não gostei muito foi a divisão dos capítulos pelos personagens. Entendo que o autor quis que víssemos a história sob a visão de cada personagem, mas isso me atrapalhou na hora de criar um vínculo com algum deles, ou com o livro no geral.
A história em si é bem legal, e conforme a memória de Jason volta, ficamos cientes de algo muito além do que já conhecíamos sobre os semi-deuses e os deuses do Olimpo. O final promete uma aventura ainda maior nos próximos livros, e nos remete aquela ansiedade gostosa de acompanhar uma série.

"Jason não sentia seus braços. Podia ver a ponta do arpão aproximando-se de seu peito em câmera lenta. Sabia que deveria se mover, mas não se sentia capaz. Engraçado, ele pensou. Tanto esforço para manter-se vivo e, de repente, bum! Caído ali, sem poder fazer nada, com um gigante que lançava fogo sobre ele."

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Crônicas Saxônicas: O Último Reino

Eu sei, eu admito..... Deixei meu querido blog abandonado e jogado ao relento, mas foi por um motivo de força maior (término da faculdade) e menor (falta de inspiração, e vergonha na cara). Porém, essas águas já se passaram e voltei com a enorme responsabilidade de falar sobre o livro do grande Bernard Cornwell.
Admito que, desde que li as Crônicas de Artur, passei a ter uma opinião antes de ler qualquer livro deste autor: é bom... e ponto final... só pode ser! Sou uma propaganda ambulante do trabalho e da incrível narrativa deste, que é um dos maiores escritores britânicos da atualidade.

 As Crônicas Saxônicas são compostas por seis livros, sendo o primeiro intitulado O Último Reino (2004), objeto deste post. Como todos os livros do Cornwell que já li, o início é um pouco massante devido ao grande número de lugares e personagens. Prepare-se para voltar ao mapa das primeiras páginas algumas vezes, e a ter a leitura interrompida para que você consiga lembrar, por exemplo, quem é Aethelred e quem é Aethelwod. Com o decorrer da história, você vai se adaptando à narrativa e tudo flui tranquilamente.
Bem, a crônica retrata a história de Alfredo, o grande, e o seu papel nas invasões dinamarquesas que culminaram na consolidação e unificação da Inglaterra, tudo isso feito sob a visão do jovem guerreiro Uhtred.
Uhtred, inicialmente chamado de Osbert, era o segundo filho do ealdorman Uhtred (chamarei de U1), senhor de Bebbanburg, na Nortúmbria. Após a morte de seu irmão Uhtred (chamarei de U2) pelas mãos do senhor dinamarquês Ragnar, Osbert assumiu o posto do primeiro filho, assumindo seu nome (chamarei de U3) (um povo de muito criatividade, como vocês podem perceber...). O livro começa com a invasão dinamarquesa na Inglaterra, que é iniciada em Bebbanburg. Após uma emboscada, U1 é assassinado e Ragnar (o mesmo que matou U1 e U2) leva nosso querido Osbert (U3), na época ainda criança, como "criado". As aspas são muito apropriadas, pois o menino nunca foi visto realmente como um serviçal, e sim como um pupilo. Criado como um dinamarquês, adorando deuses dinamarqueses, comendo as comidas dinamarquesas, festejando as datas dinamarquesas e lutando como um dinamarquês, não preciso nem dizer o embate que seu coração enfrentava: a quem ele devia sua lealdade? O vínculo de Uhtred com seu captor cresceu no decorrer dos anos, de modo que sua lealdade perante a "nova nacionalidade" foi firmada. Importantes personagens acompanham o menino em seu dia-a-dia: Rorik e Thyra (filhos de Ragnar), Ravn (pai cego de Ragnar) e Brida (jovem inglesa que é "adotada" como Uhtred, tornando-se sua amiga e companheira).
Enfim... depois de muito sangue, lutas, brigas, batalhas xingamentos, gente fedida, atos de vingança, politicagem e religião, Uhtred vê a sua vida mudar drasticamente quando sua família adotiva é assassinada, e ele se vê obrigado a resgatar sua origem inglesa. Ele vai até Mércia, o único reino inglês que ainda não caiu sob o domínio dinamarquês, e se junta ao rei Alfredo. Uhtred, que não suporta o rei, não mais pensa em estabelecer uma lealdade, seja dinamarquesa ou inglesa. Sua decisão, agora, é apenas a quem agradar, e o que fazer para permanecer vivo.
Vale a pena mencionar que o livro faz provocações ao cristianismo, o que pode incomodar certas pessoas. Entretanto, devemos lembrar que os acontecimentos históricos estão aí, retratados em inúmeros livros e documentos mundo afora. O que é mostrado são os primeiros anos do cristianismo, ainda não consolidado como religião predominante em muitos países, portanto, sujeito a dúvidas e descrença pelos personagens do livro. É só uma história, e não deve ser levado a sério.
Outra coisa bem interessante é que os livros da crônica, quando reunidos, formam uma imagem única. Um temperinho a mais na coleção de Cornwell.


Como de costume, aí vai um trechinho do livro: "O júbilo! O júbilo da espada. Eu estava dançando de júbilo, a alegria fervilhando dentro de mim, o júbilo da batalha da qual Ragnar falava com tanta frequência, o júbilo do guerreiro. Se um homem não o conheceu não é homem, Aquela não era uma batalha, não era uma carnificina propriamente dita, apenas uma matança de ladrões, mas foi a minha primeira luta e os deuses tinham se movido dentro de mim, tinham dado velocidade ao meu braço e força ao escudo, e quando terminou, e quando dancei no sangue dos mortos, soube que eu era bom. (...) Os jovens são idiotas, e eu era jovem. Mas era bom."

Novamente, Bernard Cornwell nos contempla com uma crônica bem escrita, que agrupa história, romance e ação, e cumpre aquilo que promete: entreter com qualidade.

Cenas dos próximos posts: O Herói Perdido; Tiger's Destiny.